quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Summer of Love, parte XIIIA

Parte XIIIA


02:00 a.m.


O lugar estava tão lotado que era impossível fazer o menor movimento sem ter algum tipo de contato físico com outra pessoa. Mesmo parado era impossível não ter algum contato físico com outra pessoa. E quente. Sei lá quantas mil pessoas se acotovelando e se espremendo em um lugar fechado: não tem ar condicionado que dê conta. As luzes coloridas rodopiavam cintilando em ritmo epilético pela multidão enquanto os alto-falantes explodiam graves em milhões de decibéis, nos levando cada vez mais próximos da temida brown note. E eu lá no meio, totalmente perdido, o único que parecia não estar curtindo tudo aquilo.




Duas horas antes:



As luzes das sinaleiras e a música dentro dos porta-malas dos carros guiavam a romaria que rumava para a praia do Santinho naquela noite morna. O carro do Fatt lotado, seguindo a lenta fileira de veículos à nossa frente. Eu no banco de trás, testa grudada no vidro, contando os postes do caminho. Emergi dos meus pensamentos despertado por um apertão na coxa. A Adri espremia suas pernas contras as minhas no apertado banco traseiro do carro, que dividíamos com a Dani e o Cabeludo. A Pat no banco da frente, com o Fatt. Meio atordoado com a mão da Adri na minha perna, olhei para o seu rosto, que sorria para mim, iluminado pelos postes que passavam.

- Ah, Ferrão, se anima, vai! - falou ela, enlaçando meu pescoço com o braço enquanto segurava o meu rosto com a outra mão para me dar um barulhento beijo na bochecha - Não vai ficar assim no meu aniversário, né? - disse, baixinho, no meu ouvido.

- Olha o agarramento aí atrás! - gritou Fatt, rindo pelo retrovisor.

Nem tive tempo de responder, pois um grito agudo de nojo da Pat ecoou no habitáculo.

- Aaaaaiii!!!!

- Bah, foi mal, aí... - desculpou-se Fatt.

A Pat estava segurando um copo com uísque com energético que havíamos preparado em casa. Acontece que o maior copo da casa assemelhava-se a uma bacia: meio baixo, largo e com uma grande abertura, por onde o conteúdo poderia escoar com incrível facilidade. (Maior coisa de pobre isso, beber antes de chegar na balada pra economizar. Você morre em, sei lá, 20 pila só na entrada, e até parece que são aqueles $10 que você economizou em bebida que vão fazer toda a diferença. Mas acho que quase todo mundo já deve ter feito isso pelo menos uma vez na vida...) Por um motivo qualquer, nosso motorista deu uma freada mais brusca que fez com que uma parte considerável da nossa inebriante bebida fluísse para fora do copo/bacia, flutuasse no ar por um átimo e desastrosamente encontrasse a blusa vermelha nova da Pat. Ela ficou muito indignada, tentando secar o pescoço e a blusa com uns lenços de papel.


Chegamos no lugar e nos posicionamos na fila enquanto o Fatt voltava para buscar o resto do pessoal.


Quatro horas antes:

- Ah, bom... - falei, com as mãos nos bolsos e olhando para baixo - E vocês vão para onde?
- Nós vamos sair com o pessoal da casa aí da frente... - disse displicentemente a Cris - Vocês não se importam, né?
Mas é claro que eu me importava! E muito! Eu havia perguntado para a Cris se elas nos acompanhariam na comemoração do aniversário da Adri, num lugar recomendado pelo Quico na praia vizinha. Depois daquela resposta, eu queria sacudí-la dizendo "Não! Vocês vão com a gente!!", mas me contive.
- Não, não... Capaz...

O negócio é que uns dias antes havia chegado na casa em frente à nossa uma turma de surfistas. Quatro, para ser mais exato. Dividindo a mesma areia, passando ao lado da nossa casa, puxando conversa com um e outro, eles acabaram se aproximando das nossas vizinhas. E isso fere completamente o código de ética masculino. Se alguma mulher estiver em território de algum homem, outro não se aproxima, ponto final. Isso é Lei, infringí-la pode gerar conseqüências desastrosas (e sangue é a mais suave delas). É mais ou menos como estar tentando vender alguma coisa para alguém e, no meio da negociação chegar outro vendedor oferecendo um produto melhor, mais barato e ainda prometer brinde. Isso não é coisa que se faça.
- Claro que não! Sem stress... Aproveita lá... Bebe por mim na conta deles!
Ela riu e voltou para casa. "Maldição!", pensei. Com a estreita convivência daquela semana eu havia começado a gostar da Cris, mas sempre tive um pouco de medo dela. Ela tinha 22 anos e ia cursar o último ano de Jornalismo, enquanto eu tinha 18 e havia acabado de terminar o segundo grau. E quando se tem 18 anos, esses quatro anos fazem muita diferença, são praticamente uma vida inteira a mais. Nenhuma guria do último ano da faculdade ia querer ser vista junto com um guri de 18, ainda mais se for dono de Fusca. Naquela época eu ainda não cultivava o volume abdominal de hoje, pelo contrário, era magro e meio desajeitado (desajeitado continuo!), mas estava anos-luz atrás dos surfistas malhados de óculos escuros e gírias esdrúxulas que haviam chegado. Para minha sorte a nossa praia não era muito propícia ao surf, de modo que eles ficavam fora boa parte do dia. Isso ainda me fazia manter um restinho de esperança...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

A amiga e o cachorro

Não resisti: duas notícias bombásticas juntas eu não podia deixar passar.

Amiga de Paris Hilton será capa da Playboy.


Bah, ser conhecida como "amiga da Paris Hilton" é fim de carreira...

E tem mais! Em entrevista, a amiga disse que o ensaio não será tão revelador. Ela aparecerá coberta por panos e jóias, mas mostrará UM seio e o bumbum.
Na boa, alguém compra essa revista pra ver UM seio e uma bunda? Sem falar que ela ficou "famosa" depois que um vídeo seu em, digamos, "momentos íntimos" com o namorado "vazou" na internet. Isso já está virando moda...


Suzana Vieira briga com marido por causa de cachorro morto.

Esse não é o mesmo que armou um barraco num motel com uma prostituta dois meses depois de casar? Eu realmente não entendo esses "artistas"... Baixaria com uma vagabunda na capa de todas as revistas de fofoca do país, tudo bem, pode acontecer com qualquer um, mas deixar o cachorro fugir já é demais!


Pensando bem, até acho que ela tem razão...
Afinal, o cachorro devia ser mais fiel que o marido mesmo...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sobre como meu vô dormiu milionário e acordou remediado

Enquanto o restante da história não fica pronto, uma outra historinha curtinha, pra distrais...


O meu Vô ganhou na loteria uma vez, muitos anos atrás!!!

O negócio foi o seguinte:
O velho ligou o radinho a pilha colado no ouvido para conferir o resultado da loteria e ia circulando com uma caneta os números que tinha acertado. Quando viu que tinha circulado todos, esfregou os olhos, conferiu novamente a cartela e gritou: "Mulher! Tamo rico! Ganhei na Loteria!!". E foram os dois conferir os números. Era isso mesmo, tinha acertado todos. Risadas, gritos de alegria e muitos planos! Comprar uma casa maior, no centro da cidade, aquele sítio que tanto cobiçavam, uma casa na praia, talvez. Imagina a cara do Alcides quando soubesse! (Alcides era o irmão rico da família que sempre se gabava por ter um Opalão novinho na garagem.) O Alcides ia morrer de inveja! A vizinhança logo soube e foi em peso cumprimentá-lo. Ligações para os filhos, sobrinhos, cunhados e logo marcou uma grande festa para o dia seguinte, um domingo, no almoço. Foi ao bolicho da esquina e já saiu contando a novidade, pedindo pra pendurar umas bebidas, carne para o churrasco do outro dia, uma rodada para os pinguços...


No domingo a família chegou cedo para o almoço. Parentes distantes, vizinhos, amigos e até algum desconhecido que estivesse passando pela rua comeram do bom e do melhor, exceto pelo Alcides, que ficou emburrado em um canto e foi embora sem nem ao menos tocar na sua picanha. Muita fartura, bebida, música e coisa e tal... O almoço estendeu-se até a noite.

Na segunda-feira cedinho meu avô pôs o chapéu na cabeça e avisou: "Me vou a Porto Alegre!". Ia receber o prêmio.

Lá pelo comecinho da noite, quando o sol já se escondia no horizonte, chega ele, casaco novo, de couro, mas com o olhar perdido, cabisbaixo. "O que foi, meu velho?" perguntou a minha vó procurando a mala abarrotada de dinheiro. "Uma desgraça, uma desgraça..." respondeu ele sem erguer a cabeça.

O caso é que o prêmio tinha sido de um valor baixo (tipo uns $30.000 nos dias de hoje). "Bem... Tudo bem, $30.000 não é exatamente o que esperávamos, mas já é uma boa ajuda. Mas onde está esse prêmio?", perguntou minha vó. "Calma, não é tudo..." ele respondeu. Não bastasse o baixo valor, naquela semana houve muitos acertadores, que dividiram aquele pequeno montante.

Por fim, com o valor que ganhou, meu vô pagou a conta no bolicho, e, com o que sobrou, comprou o casaco que vestia. Colocou o casaco num cabide, deitou a cabeça no travesseiro, fitou o casaco pendurado na penumbra e antes de dormir ainda comentou: "Mas vê se não é um belo dum casaco mesmo, minha velha...!"

E foi assim que meu vô acordou milionário e dormiu remediado!
E aconteceu mesmo, quando eu era pequeno!

domingo, 28 de outubro de 2007

Enganado pelo Trailer

Sabe aquela impressão que temos às vezes, logo após assistir um filme, que fomos enganados pela edição do trailer? Aquele arrependimento que dá imediatamente depois de sair da sala do cinema ou apertar o eject do DVD? Aquela sensação de "Po... No trailer parecia melhor..."?

Eu, como bom cinéfilo que sou, assisto muitos filmes e, não raro, os assisto justamente porque "no trailer parecia legal". Um dos meus arrependimentos recentes mais marcantes foi com Click, uma suposta comédia com Adam Sandler, na qual ele compra um controle remoto que controla tudo. Para quem já viu (creio que a maioria, o filme já tem quase um ano, eu acho) é dispensável dizer que praticamente todas as cenas engraçadas foram concentradas no trailer. Depois de uma meia hora, então, o filme se transforma num dramalhão e termina com uma daquelas infantis lições de moral. Uma amiga minha disse que até chorou em algumas partes. Ainda bem que era comédia...

Mas às vezes a enganação é proposital. É o que ocorre com os recut. Funciona assim, ó: algum desocupado pega um filme de algum gênero específico, escolhe cuidadosamente algumas cenas/diálogos e monta um novo trailer para o filme, fazendo-o parecer uma história completamente diferente. Deu pra entender? Acompanhe essa seleção de excelentes recuts e veja você mesmo (estão em inglês, mas isso não atrapalha (muito)).


The Shining

Um dos melhores recuts. Este grande thriller de 1980 ganha ares de comédia romântica, ao retratar Jack como um escritor procurando inspiração que encontra em um garotinho uma nova razão para viver. A trilha sonora é ótima! Altamente recomendado.



http://br.youtube.com/watch?v=KmkVWuP_sO0



O Chamado

Outro ótimo recut, que mostra o drama de uma mãe que descobre que tem apenas sete dias de vida para passar ao lado do seu filho e tenta se conciliar com o ex-marido. Tocante.



http://br.youtube.com/watch?v=SgxayErS5As



Batman Begins

Eu rebatizaria somente "Begins", mas o autor preferiu chamar o recut de "Alfred and Bruce". Conta a história de um garotinho que vê seus pais serem mortos e se vê desamparado na vida, encontrando alento no fiel mordomo da família. Uma especie de bastião para Bruce, Alfred o acompanha durante mais de 15 anos, numa demonstração de amor e companheirismo na qual se descobre o verdadeiro valor de uma amizade.



http://br.youtube.com/watch?v=yhkbLSPob4I



Requiem for a Road Trip

Esse aqui pegou a trilha sonora de Réquiem para um sonho (recomendo, excelente filme. Mesmo.) e misturou com cenas de Road Trip. Interessante.



http://br.youtube.com/watch?v=odhHpyCBaRw



Matrix

O destino, ao colocar no caminho do desregrado Neo uma linda mulher, transforma sua saga em uma busca por um amor.



http://br.youtube.com/watch?v=EsNyiB2J1Gk



Taxi Driver

Mais uma comédia romântica. Essa mostra o lado sensível de um taxista apaixonado.



http://br.youtube.com/watch?v=D_UaVUPsLsM

Aceita um cocô?

Encontrei em algum lugar um link para a página da ATYPYK, empresa francesa que fabrica uns objetos e acessórios estilosos e engraçados (mais ou menos no estilo da Imaginarium), como este ótimo prato com um fio de cabelo pintado no fundo, excelente para servir as visitas:

Vai uma sopinha?

Tem também o higiênico sabonete Pôncio, para o qual eu já até bolei um slogan super original: "Pôncio Pilatos: Lava suas mãos como nenhum outro".


E sabe aquelas pessoas que adoram riscar no calendário cada dia que passa? Aí está um ótimo presente: um calendário gigante, com mais de 4 mil dias para riscar (são mais de 11 anos!). Bom para quem está pensando em largar o cigarro, já que vai poder marcar todas as vezes que vai parar e voltar a fumar nos próximos 11 anos.




Nada como um retorno às origens... Taí um que eu compraria: o Cowstick, uma estampa de pele de vaca para colar na geladeira. Bom para quem chegou há pouco do campo e ainda está se habituando à vida na cidade grande: você acorda às cinco horas da manhã, abre a porta da Mimosa e tira uma caixinha de leite desnatado fresquinha.

Cowstick: sua geladeira muuuuuuuuuito mais divertida!

E, por último, mas não menos importante, esse é para aquelas pessoas que (como eu) não gostam de dividir nada com os outros: um delicioso chocolate em forma ultra realista de cocô!! Reparem no cuidado extremado que os fabricantes tiveram para reproduzir cada nuance de um legítimo cocô. Note a textura esmerada, a variação cuidadosa dos tons de marrom, as pequenas partículas de amêndoas delicadamente dispersas na massa fecal. Delícia!


Yummy!

SUmmer of Love, Parte VIII

Parte VIII


Na sexta de manhã chegaram os outros. Outras, melhor dizendo. A Dani, a Pri e o Pablo iam de ônibus e nos ligaram da rodoviária às 7h pedindo para buscá-los. Chegando na rodoviária, só encontramos as duas meninas.
- E o Imperialista?
- Veio de verdureiro...
- Ah...
O Pablo Imperialista tinha esse apelido porque era o típico militante panfletário de extrema esquerda. Era contra qualquer coisa vinda de grandes empresas capitalistas, da mídia alienante ou das elites opressoras. Dos EUA, então, nem se fala. Tinha uma bandeira de Cuba pendurada na parede do quarto e um pôster do Che fumando charuto pregado atrás da porta. Usava a clássica camiseta com o rosto do Che em 90% do tempo. Teve uma vez que ele soube que o MST ia fazer uma manifestação em Porto Alegre e se mandou pra lá. Passou a noite no acampamento improvisado tomando pinga, jogando dominó e criticando o neoliberalismo. Pela manhã, fez passeata e participou da manifestação carregando bandeirinha e gritando "Fora FHC e FMI!". No auge do movimento (e aparentemente sem motivo algum), chamou um brigadiano de "Porco filho da p*ta!" e nem teve tempo de fugir quando o policial grudou o cassetete na paleta dele. Ficou rengo por alguns dias e acabou optando por não se envolver mais nesse tipo de evento. Com o passar do tempo fomos perdendo o contato e a última coisa que soube dele foi que abandonou a militância, começou a tomar banho mais regularmente, arrumou um emprego no Bradesco, estava usando camisa social em tons pastéis e estava até namorando uma menina super família, tipo, sentar na sala com o sogrão pra ver a novela. Dizem as más línguas que foi por causa do mensalão, mas eu tenho minhas dúvidas. Acho que quando está assistindo o Jornal Nacional ao lado do sogro, no fundo ele ainda sente uma pontinha de inveja quando vê alguma matéria mostrando uma invasão do MST... Mas isso tudo não vem ao caso. O que interessa é que uma grande empresa de turismo queria cobrar $50 por uma passagem pra Floripa num ônibus Mercedes-Benz. Era demais pra ele. Se ainda fosse um Marcopolo ele podia aceitar, mas ônibus alemão, jamais! Conseguiu carona num ônibus velho e sem bancos (do tipo que leva verduras pra CEASA às quartas-feiras, daí o "verdureiro") que ia deixá-lo perto de Criciúma no sábado. O resto do trajeto (quase 300Km) ele ia dar um jeito.

Depois de desempacotar suas bagagens, a primeira coisa que as gurias fizeram foi (para nossa alegria!) colocar seus biquinis e se estender na areia em frente à nossa casa. A Pati e a Adri preferiram caminhar pela praia e eu o Cabeludo resolvemos acompanhar. Não podiam ser mais antagônicas, essas duas. A Pati, com seus cabelos bem pretos na altura dos ombros, era fã incondicional do Rage Against The Machine (mesmo achando que eles tinham pervertido seus princípios). A Adri, com seu belo par de pernas (e peitos (as leitoras que me desculpem, mas eles merecem ao menos uma referência nesse relato!)), tinha longos cabelos loiros e adorava R.E.M.. E eram as melhores amigas, as duas. Essa coisa de Ying & Yang, opostos que se atraem, esse tipo de coisa.

Caminhamos animadamente de uma ponta da praia à outra enquanto o sol torrava as nossas cabeças. Foi mais ou menos na metade do caminho de volta que a Adri exclamou um sonoro "Aaaahhh!" (Aquele tipo de "Aaaahhh!" que as mulheres fazem quando enxergam um bebê).
- Olha que lindinho!
- Tão branquinho!
- Tão peludinho!
Era um cachorro. Um cachorrinho pequeno, de raça indefinida, daqueles com um latido agudo bem irritante. Não tinha coleira e parecia perdido. Era engraçado, até. Ficava rolando no chão e se esfregando na areia enquanto as gurias afagavam a sua pequena cabeça peluda.
- A gente pode levar???
As duas estavam abaixadas ao lado do bicho e olhavam pra cima em nossa direção com uma expressão igual àquela das crianças quando passam em frente a uma loja de doces, os olhinhos brilhando, implorando "Deixa, deixa, só um pouquinho!". Impossível negar.

O cachorro nos seguiu até em casa, ziguezagueando entre as nossas pernas, nos fazendo tropeçar, às vezes. Lá chegando encontramos o Alex com a churrasqueira acesa debaixo de uma árvore já tostando os primeiros coraçoezinhos de galinha. Um olho cuidando a carne tostando na brasa, o outro cuidando as que estavam tostando no sol. Na areia em frente de casa outras três meninas faziam companhia à Dani e à Pri.
- O que foi que nós perdemos? - perguntei pro Alex.
- Uma loucura, Ferrão, uma loucura! - ele adorava essa expressão, uma loucura! - Essas três aí vão ser nossas vizinhas. Chegaram essa semana de São Paulo e vão passar o mês.
- E a Priscila e a Dani já se entrosaram...
- Sabe como é mulher, né Ferrão?
- Sei, sei...
- E esse cusco aí? - perguntou apontando para o cachorro que pulava em torno das cinco meninas e do Cabeludo, que estava sentado na areia.
- As gurias encontraram na praia e quiseram trazer...
- E como é que é o nome?
- Não sei. Ainda não batizamos...
- Morruga. - disse, virando os espetos.
- Hein?
- Morruga. Olha só o tamanho dele. Tem que ser morruga!
- Hehe! É mesmo! Morruga será, então!

E assim, calmas como um dia de verão, trancorreram as horas seguintes. As paulistas (duas irmãs e uma prima, a Cris, a Clau e a Mônica, respectivamente) almoçaram e passaram boa parte do dia conosco, inclusive nos ajudando com a louça. Poucos cães foram tão bem tratados quanto o Morruga naquele dia. Aquele bicho esfomeado parecia que há dias não comia nada. Começamos atirando uns ossos, que ele roía avidamente. Depois passamos a tirar uns nacos diretamente do espeto pro cachorro. Quando nós terminamos o almoço, lá pelas 16h, a barriga daquele carnívoro insaciável estava inflada como um balão, mas ele parecia ainda mais elétrico do que antes. Não sei de quem foi a brilhante idéia, mas a certa altura alguém gritou:
- Dá uma caipira pra ele!
As gurias, a princípio, foram contra.
- Que é isso! Vai dar cachaça pro pobre cachorrinho?
Quando viram que o esfomeado lambia ruidosamente a tigela cheia do resto da nossa caipirinha, ficaram mais tranqüilas.
- É... Até que ele parece mais calmo mesmo...

No outro dia pela manhã, quando voltava da padaria carregando duas sacolas de pães, o Bola anunciou:
- O Morruga morreu!
- O quê??
- Como?
- Onde é que ele tá?
- Tá ali na rua, perto do poste.
Fomos todos ver. Aparentemente o Morruga tinha sido atropelado. Não havia cortes visíveis nem vísceras expostas, mas o sangue seco que circundava a sua cabeça peluda denunciava a violência do impacto. Voltamos pra casa em silêncio. Depois do café, cavamos uma cova rasa no quintal e sepultamos o nosso breve amigo lá, na beira da praia.

A minha teoria é que a grande quantidade de carne gorda que nós demos pra ele, aliada à caipirinha que ele tomou acabaram deixando-o enfastiado e reduzindo os seus reflexos. Ainda não sei quais as conclusões filosóficas que se pode tirar dessa morte, mas tenho certeza que, em seu último dia de vida, Morruga teve o seu dia de Rei.

sábado, 27 de outubro de 2007

Temporal causa destruição em show do cantor Daniel

Destruição em show do cantor Daniel

Até aí, tudo bem, os céus tentando poupar o público de ter que ouvir o "cantor" Daniel. Detalhe: olha a pinta do "empresário" na foto abaixo!

Suuuper preocupado...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Summer of Love, Parte XI-I

Parte XI
(primeira parte, mais tarde eu coloco o restante)


Subitamente um forte cheiro metálico empesteou o ar, invadindo nossas narinas. Vasculhamos o ambiente atrás da fonte do nauseabundo odor até nos depararmos com três adolescentes sentados em um canto penumbroso. Suas idades eram incertas, suas mãos eram trêmulas e seus olhos vidrados, perdidos em algum lugar inacessível. Um deles empunhava uma latinha de cerveja amassada que servia de apoio para que ele fumasse a sua preciosa pedra enquanto os outros disputavam a próxima baforada. Uma cena deprimente.

Andamos mais alguns metros e nos defrontamos com um outro adolescente (devia ter uns 14 anos, no máximo) sentado em uma cadeira de praia desfiada que ficou nos encarando (o adolescente, não a cadeira!). Passamos batido. Dobramos em um beco e encontramos dois caras, um de cada lado da esguia passagem. Um deles perguntou:
- E aí, mano?
- Arrã! Não dá nada... - respondeu Quico. Passamos pela segunda linha.
Mais adiante encontramos um quarto rapaz, mais mal encarado, fazendo questão de acariciar ostensivamente um reluzente revólver pendurado na cintura. Quico nos disse para esperar ali enquanto ele falava com o sujeito. Cumprimentou o cara, disse alguma coisa e apontou para o lugar onde estávamos. O homem nos olhou de cima a baixo com o cenho franzido e voltou a se dirigir ao nosso guia.
- Podem vir! - chamou Quico.

Adentramos o barraco impregnado de um cheiro curtido de suor, fumaça e resto de cerveja. A porta se fechou atrás de nós com um rangido e nos vimos cercados por meia dúzia de meliantes prontos para nos liquidar ao menor sinal de ameaça. Sentados em duas poltronas com o estofado em frangalhos, dois caras nos encaravam em silêncio, as fumaças dos cigarros suspensos pairando no ar. Havia outro olhando pela janela, ao lado de um fuzil encostado na parede, mais um em pé ao nosso lado e outro às nossas costas. Se quisessem poderiam ter nos matado ali naquela hora e ninguém nunca ficaria sabendo. Algum radio distante tocava a batida seca de um hip hop qualquer. Sentado em algo que vagamente lembrava uma mesa à nossa frente, o gerente (um neguinho baixinho mirrado com uma camisa de física surrada, várias correntes no pescoço, anéis tomando todos os dedos e brincando com uma pistola sobre a mesa) nos recebia com um sorriso malicioso que parecia dizer "Vinde a mim, criancinhas inocentes!".

Foi o Quico quem quebrou o gelo:
- Fala aí, Djalma, firmeza?
- Firmeza, maninho - e procederam um complexo cumprimento, com apertos de mão, puxa, solta, vira, bate, volta, etc.
- E o neguinho Mauro, não tá aqui hoje?
- Nego Mauro vai dar um tempo. Levou uma azeitona nas idéias e vai ficar um tempo baixado. O negócio agora é comigo em tempo integral, tá ligado?
Quico fez as devidas apresentações, falando que éramos de Porto Alegre e íamos passar um tempo na ilha. Quando soube que éramos do RS, o neguinho se empolgou e disse que tinha família lá também: "Dona Elmira, dos cabritos, conhece? Não?". Não conhecíamos, óbvio.
Finda essa amistosa introdução, o baixinho perguntou o que nós procurávamos.
- A gente queria uns 100 pila... - disse Alex.
- Da preta? - interrompeu Nego Djalma.
- Da preta, da preta...
- Pra mim bota 20 - falou Quico - mas bem servido. E sem mistura, porque chazinho eu compro na farmácia.
Com o pedido, Djalma soltou um riso estridente.
- Hahaha! E alguma vez eu te botei bagulho bichado, maluco?
Entregamos o dinheiro e o neguinho tirou da gaveta da "mesa" nossas bem servidas porções. Conferimos, elogiamos, agradecemos e nos retiramos sob o olhar atento dos capangas.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Homem é preso ao tentar passar nota de US$ 1 milhão

Um homem foi preso depois de entregar uma nota falsa de US$ 1 milhão a um caixa em um supermercado em Pittsburgh, nos Estados Unidos, e pedir para trocá-la.
Imagina a cara do sujeito pedindo para trocar a nota:
- Oi moça, você troca uma nota pra mim?
- Claro!
- Aqui, ó...
- Er... Só um minutinho, senhor...

Ou então, no caso de uma atendente filha da puta:
- Oi moça, você troca uma nota pra mim?
- Claro!
- Aqui, ó...
- Só um minutinho, senhor... Deixe-me ver... Pode ser em moedas
?

A polícia disse à BBC que o homem ficou agressivo quando um gerente da loja de Giant Eagle confiscou a nota falsa.
Claro! Alguém confisca a sua nota de 1 milhão e ainda querem que você fique calmo!

Ele quebrou uma máquina para cartões eletrônicos que estava no balcão e tentou agarrar o leitor de código de barras, de acordo com a polícia. Não existe nota de US$ 1 milhão.
Ufa, ainda bem que eles avisam. Senão era capaz de eu aceitar uma nota dessas...


http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1976549-EI1141,00.html

Summer of Love, Parte VII

Parte VII


O lugar era inacreditável, pra dizer o mínimo. Mas inacreditável no bom sentido, fique claro. O negócio era que uns tios do Fatt tinham uma casa na praia de Ingleses, em Florianópolis, e estavam nos emprestando por três semanas em Janeiro. Estavam se separando e não tinham decidido quem ficaria com a casa, coisa e tal. Iam colocar pra alugar naquele verão, mas só a partir de fevereiro. Nós aceitamos a oferta, é claro.

O "nós" a que me refiro eram 11 pessoas unidas por algum grau de afinidade. A princípio íamos só nós quatro (o Fatt, o Cabeça, o Cabeludo e eu) e duas meninas (a Pati, que o Fatt já convidou con segundas intenções, e a Adri, uma amiga), mas, sabem como é: notícia de férias na praia (ainda mais grátis) corre rápido, e logo chegamos ao número de 11. Numa quinta-feira ensolarada partiu a primeira leva: O Fatt, o Cabeludo e as duas meninas no Golf 2000 do pai do Fatt. Eu, o Cabeça, o Bola e o Alex (amigos de outros tempos) no meu valente VW Fusca 1980. O resto de pessoal chegaria na sexta e no sábado, de busão mesmo.

Com 26 anos, Alex era irmão do Bola e o mais velho de nós. Vagabundo nato e uma espécie de guru e mentor para todos (tendo sido, inclusive, responsável por nos introduzir no maravilhoso mundo dos estados alterados de consciência, mas aí é outra história), conseguiu (ainda não sei como) um emprego bem remunerado na fábrica da GM. Infelizmente (para a GM) e felizmente (para ele), descobriu poucos meses depois que tinha um seríssimo problema de coluna. Três meses de afastamento, três pinos de titânio na coluna e uma despesa médica de $40 mil para a GM. A partir daí, Alex trabalhava dois ou três meses e voltava a se afastar por mais dois ou três meses com salário integral. Por um incrível acaso do destino, aquelas nossas férias coincidiram exatamente com um desses períodos de afastamento dele. Nosso guru, sem dúvida.

Passamos a maior parte das dez horas de viajem rindo das histórias bizarras das barranqueadas do Alex. Ele jurava de pés juntos que tinha sido seduzido por uma juíza durante uma audiência no fórum.
- Como é que ela te seduziu durante a audiência?????
- Cara, uma coisa de louco. A mulher tem uns 40 anos mas tá inteiraça. Ganha de muita guriazinha de 20...
- Como é que tu sabe?? Tu nem viu direito a mulher. Viu, no máximo, o pescoço...
- Cara, é sério! Ela se virava pra falar comigo e a blusa dela parecia que ia estourar. Ela me olhava nos olhos com um olhar... como é que se diz... Lascivo!
- Ah, pára!
- Conta outra!
- Vocês sabem que eu não ia mentir pra vocês! Vocês são os filhos que eu ainda não tive! Olha pra mim. Olha nos meus olhos e diz que eu tô mentindo.
- Tu tá mentindo! - dissemos os três.
- É sério, cara! Depois ela até me chamou no gabinete dela... Maior intimidade...
E assim passamos 10 longas horas. Dentro do Fusca, os 40 graus que fazia na rua pareciam multiplicados por 3. Os buracos da estrada, com a cansada suspensão do meu besouro, pareciam ter uns dois metros de profundidade. O característico motor barulhento do velho VW deixava todos praticamente surdos, de modo que nos comunicávamos quase gritando. Poucas experiências na vida são iguais a uma boa viajem de Fusca...

Quando finalmente chegamos no lugar, já no começo da noite, tivemos um breve vislumbre do que poderia ser um pequeno paraíso particular. A casa do tio do Fatt ficava na beira da praia. Não a uma rua da praia. Literalmente na beira da praia. Tipo assim: mar, areia, uma mureta de meio metro de altura, grama, e a nossa casa. Uma coisa inacreditável. O Fatt tinha chegado umas duas horas antes de nós e já nos esperava com uma caipirinha. Depois de horas apertados dentro do carro, qualquer bebida seria como champagne para nós. E não era só isso. O lugar estava cheio de lindas catarinenses desfilando nos tradicionais trajes mínimos de verão. Definitivamente, um vislumbre do paraíso.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Summer of Love, parte X

Obs.: Não liguem se o título da história parece título de filme pornô B, me pareceu uma boa idéia quando eu comecei...

Parte X


- Tão com a Lara, é?
- Hein?
- Larica, cês tão de larica...
Busted! A Claudinha pegou todo mundo de surpresa com sua pergunta sobre o nosso súbito ataque de fome. Ótimos atores que éramos, ainda tentamos esconder o óbvio.
- Hein?
- Como é que é?
- Nós estamos como quê?
- Ai, pessoal, relaxa... A minha mãe já foi embora! Eu sei que vocês fumam...
Eu, o Alex e o Cabeça nos aproximamos, assustados, falando baixo.
- Mas é... ...Tão na cara assim? Dá pra ver de longe?
- Bom, tirando a fumaça e o cheiro, quase não se percebe, não... - disse ela.
- E vocês passando o bagulho de mão em mão. Fora isso, ninguém percebe... - completou a Cris.
- É. Fora isso...
- E a tua mãe e o teu pai? Não falaram nada?
- Então... Eu já disse, podem ficar tranqüilos. Quem não conhece nem suspeita.
- E vocês? Também dão uns pegas, pelo visto...
- Só de vez em quando! - disseram as duas, entre risos
- O segredo de vocês está bem guardado! - disse a Claudinha colocando a mão sobre o ombro do Cabeça. Ele gostou. - Não precisam mais esconder quando a gente passar! Podem até nos chamar, da próxima vez...
- Bah, isso aí vai ser um problema...
- O que a gente tinha terminou.
- O último foi agora no almoço...

Cris deu a brilhante sugestão de perguntarmos para o Quico se ele não sabia onde conseguir mais. O Quico, um gordinho que era dono de um bar perto da nossa casa, freqüentemente vinha dar uns pegas conosco. E sempre trazia algum fumo de qualidade... Nós o chamávamos de Quico devido às suas protuberantes bochechas, acho que foi uma das meninas que saiu com essa, "Cara, tu parece o Quico!". Ele não gostou muito na hora, mas depois acabou se acostumando com o apelido. Certamente ele já ouviu esse comentário de outras pessoas...

- Rapaz, eu sou amigo do Gerente! Eu levo vocês até lá. - revelou Quico com seu inconfundível sotaque, muito animado quando expusemos o nosso herbífero problema.
- Beleza, vamos fazer essa mão aí...
- Que horas nós vamos? - perguntei, todo empolgado. O Alex me lançou um olhar penalizado, parecido com aquele que um adulto lançaria para uma criança ao explicar porque ela não pode andar no Kamikaze, no parque de diversões.
- Olha, Ferrão, eu acho melhor tu ficar por aqui... Nós vamos na boca, o negócio é meio punk, sabe...
Murchei na hora, tal uma criança no parque que acaba de ouvir que não pode andar naquele brinquedo legal que gira de cabeça para baixo... E eu nunca tinha ido comprar diretamente na boca de fumo. Aquela seria minha primeira incursão em um mundo praticamente à parte, dos párias da sociedade, das páginas policiais dos folhetins. Algo aparentemente tão distante da minha realidade pequeno-burguesa (confortavelmente segura atrás dos meus muros, grades e vidros escuros) que exercia sobre mim uma atração irresistível. Um mundo distante, mas ao mesmo tempo muito próximo e, por isso mesmo, fascinante.
- Nem vem com essa! Qual o problema? Eles não te conhecem também...
Diante desse irrefutável argumento, após titubear por um instante, Alex foi obrigado a condescender.
- Tá bom... Mas deixa que eu falo com os caras!
- Ok! - disse, sorrindo ansiosa, a criança feliz.

Já havia passado das 19 horas quando embarcamos no Golf do Fatt (duas coisas que eu nunca tinha feito antes: ir à boca e pilotar um Golf Gti! Era emoção demais para um dia só!). O Alex ao meu lado e o Quico atrás, indicando o caminho. À medida em que nos afastávamos das estreitas ruas da praia, melhores ficavam as estradas e mais nossa velocidade aumentava. Era ótimo deslizar entre os carros pelas largas e impecáveis avenidas de Florianópolis enquanto o sol descia no horizonte e alongava as sombras dos prédios, projetando figuras fantasmagóricas no chão. Saímos das avenidas principais e começamos a rodar por ruelas secundárias, embrenhando-nos agora pelas vias tortuosas do bairro conhecido como Morro da Cruz (deve ser sina do nome: Porto Alegre também tem um bairro pobre chamado Morro da Cruz).
- Pode estacionar aqui. Nós vamos a pé agora - informou Quico.

Já era escuro quando chegamos. Ziguezagueávamos em apreensivo silêncio pelas ruas de terra mal iluminadas da vila. Dobramos em uma viela estreita, guiados pela luz de uma única lâmpada pendurada precariamente no alto de um poste. De súbito, aquele lugar parecia estar se fechando sobre mim. Me sentia totalmente perdido, no escuro, entre todas aquelas ruazinhas praticamente iguais umas às outras, entre as construções humildes, sem reboco ou com tábuas carcomidas. A cor marrom em suas várias tonalidades predominava naquele lugar abandonado pelo poder público, onde um esgoto a céu aberto escorria um branco leitoso atravessando a rua. Senti vontade de dar sair correndo dali, mas me contive, afinal, fora eu mesmo que insistira em ir...

Descabaçando um Blog

Sempre fui meio reticente com essa história de ter um blog, mas confesso que quando a coisa se tornou meio imperativa eu fiquei até um pouco empolgado com a idéia.
"Hum... Como será que eu começo?", pensei. "É o primeiro post, uma ocasião importante, algo que talvez definirá todo o futuro do site (já supondo que haverá algum futuro!). Eu deveria tornar a situação ao menos um pouco especial, dar um pouco de pompa, sei lá. Uso uma luva? Faço um floreio?"

Optei por comer um chocolate durante a primeira postagem. Mas não qualquer chocolate: um daqueles caros, com 80% de cacau, coisa de qualidade. Acho que está de bom tamanho, proporcional ao destaque que a inauguração de um blog deve ter hoje em dia. E olha que está melhor que algumas inaugurações mais notáveis que eu já fui, nas quais me serviram bolacha salgada amolecida e Coca-Cola morna.

Mas eu disse que ter um blog havia se tornado imperativo. Não é que eu tenha, assim, uma necessidade louca de publicar qualquer besteira que me aconteça ou ganhar alguns centavos com o Ad Sense. Acontece que eu comecei a contar uma história no fórum do Clube do Pai Rico e lá pelas tantas o dono do site achou que o negócio estava passando dos limites aceitáveis do decoro, de modo que decidi migrar a história para cá.

Então eu vou continuar aqui a história que comecei a contar lá. E vai ser fora de ordem mesmo. Alguém já viu Pulp Fiction
? Vai ser a mesma coisa, tudo vai se encaixar no final, eu prometo.

 
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